História da escola

A história do Externato António Sérgio

A origem


O fundador desta escola, Martinho Luís dos Santos Ferro era professor do ensino primário, homem de carácter decidido, sonhador e grande lutador dos seus ideais surgiu-lhe a ideia de abrir um “Colégio”. Contactou os colegas e amigos Reinaldo Marques Campanela, Sebastião do Carmo Ruivo Valente e Padre António Alfaiate Marvão, detentor este de um diploma do ensino particular que lhe permitia matricular alunos do 1.º ciclo e 2.º ciclo. 

Garantida que estava a união destas quatro vontades o “Colégio” abriu em 1/10/63 com cinco alunos do 1.º ciclo.

Crescimento, Novidades e Mudanças

Com os primeiros êxitos o número de alunos aumentou significativamente e começaram a aparecer alunos residentes nas aldeias circunvizinhas a Beringel como: Trigaches, S. Brissos, Peroguarda, Alfundão, Mombeja, Santa Vitória, Ervidel, Ferreira do Alentejo, Cuba, Vidigueira e até de Beja. As instalações onde o “Colégio” se sediava eram prédios pertencentes a familiares do prof. Martinho.


Em determinada altura o “Colégio” abriu os cursos nocturnos. Inicialmente para os alunos do 1.º ciclo: quer para o Liceu quer para a Escola Industrial e Comercial de Beja. No ano lectivo de 1967/68 abriu-se um posto de recepção particular da Telescola n.º 463 que funcionou até ao ano lectivo de 1973/74. No ano de 1974/75 o citado posto particular passa a oficial deixando de funcionar nas instalações ditas do “Colégio” para passar a sediar-se na Escola Primária. Dada a quantidade de alunos que procuravam o ensino no “Colégio” em Beringel o prof. Martinho quis continuar a sua obra adquirindo assim um imóvel amplo com condições que lhe permitiam boas infra-estruturas que até aí não tinha conseguido. Esta aquisição efectuou-se em véspera do 25 de Abril de 1974.


A Revolução de abril e o renascimento do sonho

Os acontecimentos ocorridos em todo o pais fizeram com que o prof. Martinho terminado esse ano lectivo, encerrasse toda a actividade, terminando deste modo a fase inicial, a génese do que hoje é o Externato António Sérgio. Num dia de Primavera de 1975 surge em Beringel um Sr. Inspector do Ensino Particular querendo saber porque é que o “Colégio” havia terminado a sua actividade. E após observação das instalações, achou que nelas havia grandes potencialidades a explorar e em conversa com o prof. Martinho prometeu a reabertura do “Colégio”. E assim surge o Externato António Sérgio como Cooperativa de Ensino. Onde o nome António Sérgio surge como a prestar uma homenagem a esse grande vulto da história portuguesa e que foi até agora o maior cooperativista português.

Quando o homem sonha o mundo pula e avança

Com o passar dos anos, o Externato foi ampliando as suas instalações, adquirindo mais material didáctico, modernizando métodos de ensino, comprando meios de transporte adequados às necessidades, contratando professores e funcionários, tudo isto e muito mais fazendo jus à sua condição de Estabelecimento de Ensino Particular com paralelismo pedagógico que lhe havia sido atribuído aquando da concessão do alvará.

 Assim foi crescendo, tomando-se uma escola prestigiada na nossa região.

 Fala-se nesta história, sobretudo num homem: Martinho Ferro, é natural, foi ele que, com os seus idealismos arrastou outras vontades, foi ele que, com os vários sacrifícios, forjou concretizações, moldou o barro em conquista da vitória em vários campos de actividade.

 Foi ele que lutou sempre para que o seu sonho se tomasse realidade e se perpetuasse para as gerações vindouras, em prol de uma comunidade que ele sempre amou, O homem realiza-se quando vê os seus sonhos cumpridos.


O trabalho de uma vida nunca poderia acabar no fim. 

Infelizmente o prof. Martinho não se realizou totalmente, acabou por adoecer gravemente, vindo a falecer a 12 de Março de 1990 com a idade de 52 anos. O Externato António Sérgio vê-se pela primeira vez sem o seu fundador, “motor” de toda a engrenagem de uma escola. Felizmente amigos não faltaram, a esposa de Martinho Ferro, Maria Joana Ferro, com ajuda de alguns professores mais antigos do Externato, bem como familiares mais íntimos de Martinho Ferro, mantiveram o funcionamento do Externato, até à chegada dos filhos do proprietário que acabavam as licenciaturas no ensino aquando do falecimento do pai.

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